FAYER, A. A. M. Repercussões emocionais e qualidade de vida das crianças e adolescentes em hemodiálise ou transplante renal. Tese (Doutorado). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), 2017.
Disponível em: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50369
Objetivo: Trata-se de um trabalho que apresenta elaborações teóricas e pesquisa de campo, na modalidade quali-quantitativa, e que teve como objetivo investigar as repercussões emocionais e a qualidade de vida das crianças e adolescentes com doença renal crônica. Foram estudados 48 pacientes com doença renal crônica: 24 pacientes que são submetidos ao tratamento hemodialítico e 24 pacientes que foram submetidos ao transplante renal. Os 48 respectivos cuidadores dos pacientes também participaram da pesquisa. Material: Utilizou-se na pesquisa de campo o questionário de qualidade de vida Pediatric Quality of Life Inventory TM – PedsQL TM 4.0 e o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Método: A análise dos resultados encontrados no questionário de qualidade vida foi feita através da somatória dos pontos, com escore de 0 a 100. A análise do D-E (T) no levantamento e extração de significantes por meio da decomposição do material presente no desenho e na estória utilizando as teorias freudiana e lacaniana. Na análise estatística dos dados encontrados no questionário de qualidade de vida foram utilizados, para comparações entre os grupos, o teste de Mann-Whitney para variáveis quantitativas e o teste do Qui-quadrado para comparar proporções, além de tabelas de frequências para as variáveis qualitativas, enquanto que as variáveis quantitativas foram expressas como mediana (intervalo interquartil). A mediana de idade foi de 11,2 anos (intervalo interquartil de 8,2 a 14,7 anos). Resultados: Nos resultados encontrados no questionário de qualidade de vida, a pontuação total, que busca refletir a percepção da qualidade de vida global, foi superior tanto na opinião dos pacientes transplantados como na de seus cuidadores sugerindo percepção de melhor qualidade de vida após o transplante renal. Nos aspectos específicos, a capacidade física também foi considerada superior na opinião dos pacientes transplantados e cuidadores respectivos. Não houve diferenças entre os grupos de pacientes nos aspectos específicos: emocional, social e escolar. Resultado que se contrapõe ao dos cuidadores dos pacientes transplantados, pois esses perceberam diferença na percepção da qualidade de vida no aspecto escolar. No Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema observou-se que o sofrimento emocional foi evidenciado nos dois grupos estudados. Portanto, não foram percebidas diferenças entre as terapêuticas renais substitutivas quanto às repercussões emocionais da doença renal crônica. O transplante renal pode auxiliar o paciente do ponto de vista clínico e psíquico, mas não se deve associá-lo obrigatoriamente como solução, pois, mesmo após o transplante, as crianças e adolescentes continuam transpassadas pela subjetividade, suas lembranças, dores, internações, consultas e também por continuarem seguindo com medicações e atendimento médico.