VILLELA, E. M. B. A formação ética do Psicólogo a partir da prática clínica com deficientes visuais. Mudanças: Psicologia da Saúde, v.16, n.2, p.91-99, jul-dez. 2008.
Disponível em: doi: <10.15603/2176-1019/ mud.v16n2p91-99>
Objetivos: Discutir sobre o potencial formador e transformador do estágio supervisionado em clínica-escola para o estudante de psicologia, inclusive em seu posicionamento ético. Métodos: Acompanhamento de atendimento clínico prestado por um grupo de estagiários de psicologia às crianças com deficiência visual com queixa emocional e seus pais, incluindo a aplicação do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Foi solicitado aos estagiários, no início e ao final do estágio, que desenhassem e narrassem uma estória sobre uma pessoa com deficiência. A psicanálise Winnicottiana foi utilizada como fundamentação teórica. Resultados: Ao longo do estágio, houve alteração na concepção do deficiente visual pelo estagiário, pois passaram a percebê-lo de forma menos fantasística e estereotipada. Entretanto, os desenhos aplicados ao final do estágio retrataram o deficiente visual como “feliz”, indicando resistência e negação por parte do estagiário em relação às dificuldades vivenciadas pelo deficiente. A autora considera que a formação profissional do estagiário é um processo dialético entre as posições de controle onipotente e de abertura frente aos objetos externos desconhecidos. Além disto, ela aponta que a clínica-escola deve ser um local que propicie o contato do estagiário com o diferente, o inesperado e com a deficiência.