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Esperança e perspectiva de futuro de adolescentes em acolhimento institucional: série de casos

SILVA, C. Y. G. da. Esperança e perspectiva de futuro de adolescentes em acolhimento institucional: série de casos. 168 p. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), 2022.

Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.47.2022.tde-06122022-171826

Resumo: A realidade brasileira evidencia que adolescentes sob medida protetiva de acolhimento institucional, quando destituídos do poder familiar, possuem menos chances de colocação em família substituta, seja por adoção, guarda ou tutela. O caminho, para alguns adolescentes, é a permanência em acolhimento institucional por longos períodos, ou até a maioridade. Os adolescentes inseridos nesse contexto advêm de situações de risco, ou violação de direitos, portanto, trazem marcas significativas em suas existências. Esta pesquisa objetiva refletir acerca da experiência emocional sobre a esperança e a perspectiva de futuro de adolescentes em situação de acolhimento institucional de uma unidade do município de São Paulo (SP). Pretende-se explorar, a partir do material coletado, como a esperança se aproxima da teoria do amadurecimento de D. W. Winnicott, e se estão presentes aspectos protetivos em saúde mental. O trabalho se constitui como um estudo de série de casos, qualitativo e exploratório, com pesquisa ação, realizado com quatro adolescentes do gênero feminino. Para o levantamento do material, foram implementadas Rodas de Conversa com objetos mediadores e a aplicação do Procedimento de Desenhos-Estória com Tema. Os resultados mostraram que a esperança está presente nas adolescentes, ainda que, em alguns momentos, apresentando-se menos evidente. A experiência emocional das participantes sobre a esperança foi identificada em três aspectos principais associados à teoria psicanalítica winnicottiana: capacidade de confiar, elementos do verdadeiro self, e perspectivas de futuro. Também foram verificados aspectos protetivos em saúde mental, a partir da manutenção de vínculos afetivos dentro do serviço de acolhimento e da preservação dos vínculos comunitários. Por fim, almeja-se que o estudo ofereça subsídios para ações de prevenção em saúde mental a essa população, e que propicie norteadores para as políticas públicas de proteção social no país.

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