TRINCA, A. M. T.; BRITO, M. R. S. Desenvolvimentos e Expansões. In: TRINCA, W. (Org.) Formas lúdicas de investigação em psicologia: Procedimento de Desenhos-Estórias e Procedimento de Desenhos de Família com Estórias. São Paulo: Vetor, 2020, p. 37-50. O contexto inicial da prática psicológica, em meados do século XX, estava bastante relacionado ao modelo de aplicação de testes psicológicos, que priorizava resultados quantitativos e avaliações padronizadas. Atualmente, em vez de se priorizar os resultados dos testes, consideram-se também os aspectos da relação entre psicólogo e paciente. O Procedimento de Desenhos-Estórias (D-E) constitui-se como um instrumento de investigação clínica. Diferentemente dos testes psicológicos, sua aplicação e interpretação não seguem padronizações e avaliações rígidas. O D-E permite a livre comunicação do paciente, por meio do uso de desenhos e estórias, que são realizados sem a interferência do psicólogo sobre as associações livres. O diagnóstico psicológico, as entrevistas devolutivas e outros aspectos do trabalho clínico são bastante auxiliados pelo seu uso. Ao longo do tempo, do D-E derivaram outras formas, como o Procedimento de Desenhos de Família com Estórias (DF-E) e o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema [D-E (T)], que passaram a ser utilizados para além da clínica. Quando os resultados obtidos por meio do D-E são considerados conjuntamente com a história de vida do paciente, com a situação familiar, cultural, social, etc., o diagnóstico psicológico breve pode ser facilitado. Além disso, o D-E permite uma compreensão diagnóstica do funcionamento mental de grupos específicos. Também, serve como instrumento mediador entre o psicólogo e o paciente nas consultas terapêuticas. O Procedimento de Desenhos de Família com Estórias (DF-E), uma variação do D-E, tem sido utilizado para investigar temas relacionados à família, qualquer que seja a composição familiar. Já o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema [D-E (T)] tem por característica a apresentação de um tema específico. Ele tem sido bastante utilizado em pesquisas nas áreas escolares, da saúde e da clínica, mas é empregado especialmente para a abordagem da vulnerabilidade social.