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Gênero e drogas: Imaginário de Trabalhadores de um Serviço de Saúde Mental

OLIVEIRA, D. O. F. Gênero e drogas: Imaginário de Trabalhadores de um Serviço de Saúde Mental. 126f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas (SP), 2020.

Disponível em: http://tede.bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br:8080/jspui/handle/tede/1325

Objetivo: O presente estudo objetiva investigar o imaginário coletivo de trabalhadores de um serviço de saúde mental pública sobre a usuária de drogas, na perspectiva da psicologia psicanalítica concreta. Justifica-se na medida em que a sociedade contemporânea se organiza, em muitos aspectos, de acordo com normas de gênero, que podem interferir na forma como pessoas em geral – e trabalhadores da área da saúde mental em particular – se relacionam com as usuárias. Material e Método: Organizado como pesquisa qualitativa com método psicanalítico, abordou 12 trabalhadores de um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas em entrevistas psicológicas coletivas articuladas ao redor do Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Resultados: A consideração psicanalítica do material permitiu a produção interpretativa de quatro campos de sentido afetivo-emocional: “Vida cruel”, “Substância maléfica”, “De mal a pior” e “Salva pela maternidade”. Constata-se uma divisão no que tange à concepção da dependência de substâncias como determinada pela dramática do viver ou causada pela ação psicofarmacológica da própria droga sobre o organismo. Nota-se também uma convergência de visões pessimistas no que diz respeito à impossibilidade de superação do problema, que não se altera em função do gênero do usuário, tendência que se modifica quando se imagina que tornar-se mãe pode curar a mulher. O quadro geral impõe a conclusão de que a combinação entre a lucidez expressa pelo campo “Vida Cruel” e o pessimismo contido no campo “De mal a pior” anuncia que, de acordo com o imaginário dos participantes, o uso de drogas se vincula fortemente ao contexto de pobreza e desigualdade social. Ao mesmo tempo, indica que o gênero se faz importante quando vinculado à condição materna.

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