Procedimento-de-desenhos-estórias-com-tema

Hospitalização em oncologia pediátrica e desenvolvimento infantil: interfaces entre aspectos cognitivos e afetivos.

FONSECA, L. G. A., PANCIERA, S. P., ZIHLMANN, K. F. Hospitalização em oncologia pediátrica e desenvolvimento infantil: interfaces entre aspectos cognitivos e afetivos. Psicol. Cienc. Prof. 41 (spe3), 2021.

Disponível em:  https://doi.org/10.1590/1982-3703003189238

Resumo: O diagnóstico e o tratamento de câncer na infância exigem que a criança construa formas de enfrentamento, o que torna relevante compreender sua percepção e o modo como se organiza cognitivamente. O objetivo deste estudo foi caracterizar de que maneira os processos de hospitalização e tratamento são compreendidos pelos participantes diante da vivência de neoplasia infantil, considerando a etapa de desenvolvimento cognitivo e afetivo, de acordo com a perspectiva piagetiana. Foi realizada uma pesquisa qualitativa no ambulatório de oncologia pediátrica em um hospital da Baixada Santista, com entrevistas semiestruturadas, provas piagetianas e o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema, com uma amostra de conveniência de cinco crianças com entre 4 e 9 anos e com diagnóstico de leucemia. Os dados foram categorizados pela análise de conteúdo temática de Bardin (1988), as provas piagetianas de acordo com a teoria de Piaget e o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema a partir de Trinca (2002). Duas crianças (com 4 e 6 anos) se caracterizaram como pré-operatórias e três (com 8 e 9 anos) como operatórias concretas, sendo observado que as pré-operatórias apresentam um discurso com alta carga simbólica sobre o sofrimento da hospitalização e tratamento, enquanto crianças operatório-concretas demonstram domínio da noção de causa e consequência e pensamento lógico. Uma comparação qualitativa entre as provas piagetianas e os desenhos indicou coerência entre os tipos de avaliação. Todos os participantes mostram compreensão de sua atual situação de adoecimento e tratamento, apresentando diferentes formas de enfrentamento. Além disso, todos ressaltaram uma posição otimista em relação às perspectivas de cura, independentemente do momento do desenvolvimento cognitivo.

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