CUNHA, A. F. Mulheres e cicatrizes: histórias de uma pele marcada. Monografia. Univ. Taubaté: Taubaté (SP). 2019.
Disponível em: http://repositorio.unitau.br/jspui/handle/20.500.11874/3683
Objetivo: A presente pesquisa teve como objetivo analisar o significado das cicatrizes físicas em mulheres adultas. Buscou-se especificamente compreender os eventuais efeitos na sua autoestima e em sua imagem corporal, além dos possíveis impactos na vida familiar e social dessas mulheres. Este trabalho mostra-se relevante, pois além de compreender os possíveis impactos dessas marcas nas vidas dessas mulheres, fornece subsídios para que psicólogos possam trabalhar com essa população nos mais variados contextos. Foi realizada uma pesquisa qualitativa exploratória de estudo de caso, com três mulheres. Material: Para tanto, foram utilizados dois instrumentos para a coleta de dados: entrevista semiestruturada e o Procedimento de Desenhos-Estórias com Tema. Resultados: Resultados revelaram que, ao longo do processo, as participantes tiveram limitações de suas atividades escolares, de trabalho e, no dia a dia, frustrações, perda temporária de autonomia e falta de vontade de viver. As vicissitudes com relação à autoimagem e a autoestima aparecem apenas na vida da participante que sofreu acidente automobilístico. Para superarem essa fase, apresentaram resiliência, otimismo, espiritualidade e puderam contar com um fator considerado fundamental: o apoio familiar. Foi possível concluir que as cicatrizes, advindas de uma doença que é vencida pelo tratamento, são percebidas como um símbolo de força e de vitória, e que elas afetam sensivelmente a autoimagem, porém não são capazes de afetar a autoestima. No caso de uma cicatriz adquirida por um acidente, além do sofrimento físico, uma grande revolta é percebida, e a autoimagem e a autoestima são severamente afetadas. Nesta situação, as cicatrizes simbolizam a resiliência. Esperamos que o conhecimento construído possa contribuir com o trabalho do psicólogo no consultório, em postos de saúde, em clínicas ou hospitais e também em grupos de apoio às pessoas acometidas com cicatrizes, possa auxiliar na elaboração de um programa de orientação a essa população ou gerar um informativo a ser distribuído aos profissionais que lidam com essa clientela.