O D-E e a intervenção terapêutica: um passo além do psicodiagnóstico

TRINCA, A. M. T. O D-E e a intervenção terapêutica: um passo além do psicodiagnóstico. In: TRINCA, W. (Org.) Formas lúdicas de investigação em psicologia: Procedimento de Desenhos-Estórias e Procedimento de Desenhos de Família com Estórias. São Paulo: Vetor, 2020, p. 107-117.

O Procedimento de Desenhos-Estórias apresenta-se como um recurso que visa facilitar a identificação do foco a ser trabalhado em psicoterapia. Entretanto, o D-E  também pode ser utilizado em outros contextos, além da psicoterapia clássica, como no diagnóstico interventivo, na psicoterapia breve, entre outras. Para ilustrar, a autora recorre a pesquisas anteriores, em que o D-E foi utilizado com crianças hospitalizadas. Ele possibilitou a intermediação terapêutica e a compreensão do mundo interno da criança em contextos de atendimentos em que o setting e a duração dos encontros entre criança e terapeuta eram limitados. Além disso, pelo D-E, as crianças hospitalizadas puderam ter acesso às causas das angústias referentes à cirurgia, bem como esclarecer dúvidas sobre o procedimento cirúrgico. O D-E possibilita que o paciente expresse, por meio da linguagem gráfico-verbal, angústias que permanecem latentes. É apresentado, entre outros, o caso de uma criança, trazida pelos pais, que se  queixavam de ela ser agressiva e provocadora.  Como o comportamento da criança, durante os atendimentos psicoterapêuticos, não coincidia com a queixa dos pais, a psicóloga  introduziu o D-E, a fim de que a criança utilizasse de outros recursos para se expressar. Os desenhos e estórias resultantes foram cruciais para a compreensão das principais angústias envolvidas. A autora conclui que o D-E tem a condição de agilizar a compreensão do mundo psíquico do paciente, bem como de expandir os horizontes terapêuticos, nos diversos contextos de atendimento.

Walter Trinca Copyright 2019 – Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por BAUM Marketing