FIGLIE, N. et al. Filhos de dependentes químicos com fatores de risco biopsicossociais: necessitam de um olhar especial? Revista de Psiquiatria Clínica. v. 31, n. 2, São Paulo, 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832004000200001>
Objetivos: Investigar o perfil de crianças, adolescentes e seus familiares, em um serviço de prevenção seletiva para os filhos de dependentes químicos, discutindo alternativas de intervenção e de tratamento para essa população. Como a dependência química tende afetar a família como um todo, os filhos de dependentes correm elevado risco do desenvolvimento de dependência química e de transtornos psiquiátricos. Métodos: Os sujeitos são 63 familiares, 54 crianças e 45 adolescentes do Centro Utilitário de Intervenção e Apoio a Filhos de Dependentes Químicos da Cidade de São Paulo. São utilizados dados demográficos, Procedimento de Desenhos de Família com Estórias para as crianças de 4 a 10 anos, Drug Use Screening Inventory (DUSI) para os adolescentes de 11 a 18 anos, Self-Report Questionnaire (SRQ – 20)voltado ao cônjuge, CAGE familiar e investigação de situações de estresse psicossocial vividas pelas crianças. Resultados: Com relação ao perfil familiar, 67% pertencem à categoria socioeconômica D. Na maioria das famílias, o pai é dependente químico (67%), tendo como substância o álcool (75%). O SRQ – 20 detectou em 59% dos cônjuges (que não eram dependentes químicos), risco de distúrbios mentais. Nas crianças, observou-se timidez, sentimentos de inferioridade, depressão, conflito familiar, carência afetiva e bom nível de energia. Nos adolescentes, houve maior índice de problemas nas seguintes áreas: desordens psiquiátricas, sociabilidade, sistema familiar e lazer/recreação.