Procedimento de desenhos de família com estórias

O Procedimento de Desenhos de Família com Estórias no Psicodiagnóstico Interventivo Familiar

PINA, A. C. F. P.; BARBIERI, V. O Procedimento de Desenhos de Família com Estórias no Psicodiagnóstico Interventivo Familiar. In: TRINCA, W. (Org.) Formas lúdicas de investigação em psicologia: Procedimento de Desenhos-Estórias e Procedimento de Desenhos de Família com Estórias. São Paulo: Vetor, 2020, p. 163-182.

Tendo em vista que o DF-E possibilita trazer à tona focos psicopatológicos relacionados à dinâmica familiar, as autoras propõem que esse instrumento seja utilizado no Psicodiagnóstico Interventivo de Orientação Psicanalítica (PIOP), para atendimento grupal de famílias. Para ilustrar, apresentam o caso de uma criança com dificuldades de aprendizado de leitura e escrita. Os pais e a criança foram submetidos a entrevistas de anamnese, entrevista familiar diagnóstica e aplicação do DF-E, que contou com intervenções terapêuticas durante a aplicação. A partir das unidades de produção do DF-E aplicado à família, as autoras puderam evidenciar um clima de competição constante entre os membros da família, além de dificuldades de convivência e de diálogo entre eles. A mãe marcadamente estabelecia o que o pai e o filho desenhavam, enquanto ela se encarregava dos elementos mais importantes da produção. Ademais, os papeis de cada um dentro da composição familiar misturavam-se, gerando, assim, indiferenciação entre eles e certa interdependência. A aplicação do DF-E permitiu observar a intransigência da criança em ser ensinada ou corrigida, de modo que tanto ela quanto os pais perpetuavam uma posição de onisciência e onipotência. Como o filho não ocupava um lugar efetivo de criança no núcleo familiar, não se sentia confortável para aprender com os pais, que também tinham dificuldades de ocupar os lugares de mãe e de pai na relação com o filho.

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